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Mostrando postagens com o rótulo Autoritarismo

Elon Musk X Democracia | com Sérgio Amadeu | 222

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Os ataques promovidos contra o Supremo Tribual Federal – e particularmente dirigidos ao ministro Alexandre de Moraes – pelo dono do ex-Twitter, atual "X", Elon Musk, agitaram a cena política brasileira. O ex-presidente, Jair Bolsonaro, rapidamente produziu um vídeo em que tece elogios a Musk como um "mito da liberdade". A base bolsonarista se excitou e, além de fazer muito barulho nas redes sociais, deflagrou iniciativas para tentar transformar o factoide em motivo para iniciativas de pressão sobre a Corte Suprema no Congresso. Ato contínuo, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, dominada pela extrema-direita, aprovou uma moção de "aplauso e louvor" ao bilionário. Noutros países também houve manifestações que aproveitaram o embalo para engrossar o coro de apoio aos extremistas brasileiros. O neofranquista Vox, partido da ultradireita espanhola, recebeu em Bruxelas uma comitiva de deputados bolsonaristas que foram até o Par

1964: 60 anos do golpe | com Marcos Napolitano | 220

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O golpe militar de 1964 completa 60 anos neste 31 de março. Ou será no 1º de abril? É momento oportuno para se refletir sobre o regime castrense, após 4 anos de um novo governo militar, liderado pelo "mau militar", pela "anormalidade" Jair Bolsonaro – nas palavras do ex-presidente da ditadura, general Ernesto Geisel. Por vezes se denomina como "ditadura civil-militar" aquele período. Seria essa a forma mais adequada de denominar aquele regime autoritário? Também é comum se apontar como elemento central daquela era uma divisão dos fardados em dois grupos antagônicos. De lado estaria a "linha branda", ou moderada, os castelistas, a Sorbonne. Doutro lado perfilaria a "linha dura", os radicais, a turma do porão. Costuma-se vincular a este segundo grupo a responsabilidade pelas torturas e pelas mortes e desaparecimentos forçados de opositores. Adviria dela também o núcleo duro castrense do governo bolsonarista – com destaque para o general A

Anistia para golpistas? | com Eloísa Machado & Luíza Pavan Ferraro | 217

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No comício que realizou na Avenida Paulista em 25 de fevereiro, Jair Bolsonaro conclamou os congressistas a apoiarem uma anistia para os "pobres coitados" que invadiram e depredaram as sedes dos três poderes na intentona bolsonaresca do 8 de Janeiro de 2023. Segundo o líder de extrema-direita, tal anistia serviria para "passar uma borracha no passado", permitindo que os "órfãos de pais vivos" voltassem a ter seus progenitores no seio da família, despedaçada por punições aplicadas aos golpistas bolsonaristas, por ele qualificadas como não razoáveis. É claro que ao conclamar tal anistia, Bolsonaro não pensa apenas nos vândalos golpistas presos pelos atos de Brasília, mas principalmente em si próprio e, quem sabe, também no seu círculo mais próximo. Não à toa, alguns de seus aliados e políticos de extrema-direita, como o deputado Alexandre Ramagem e o senador Hamilton Mourão, já propuseram projetos de perdão para os que tentaram dar um golpe de Estado no Bras

O Bolsonarismo e a Religião | com Emerson Urizzi Cervi | 216

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Jair Bolsonaro é alvo da Polícia Federal em diversas investigações, que vão desde a prosaica subtração de joias dadas ao governo brasileiro até a urdidura de um golpe de Estado. Diante de uma situação cada vez mais encrencada, o ex-presidente populista convocou um ato em sua defesa para a Avenida Paulista, ocorrido em 25 de fevereiro. O público foi grande: cerca de 185 mil pessoas, segundo contagem feita pelo  Monitor do Debate Político no Meio Digital  da EACH-USP. Mas não é só a multidão presente fisicamente no ato que conta. Houve também uma grande audiência do ocorrido ali em transmissões ao vivo feitas por canais de extrema-direita no YouTube. Ademais, um aspecto em particular chamou a atenção: o tom fortemente religioso do evento, assemelhando-se a um culto evangélico. Esse matiz foi dado não só pelo seu principal organizador, o pastor da Assembleia de Deus, Silas Malafaia, mas também pela ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e pelos discursos de alguns dos presentes, como o dep

ABIN: inteligência ou espionagem? | com Guaracy Mingardi | 212

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Mais um capítulo dos ataques bolsonaristas à democracia se desenrolou nos últimos dias. Primeiro foi uma operação da Polícia Federal, realizando busca e apreensão em endereços ligados ao deputado federal do PL e ex-diretor geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) no governo Bolsonaro, Alexandre Ramagem. Segundo as investigações da PF, Ramagem teria comandado um esquema de espionagem de opositores e desafetos de Jair Bolsonaro, levantado informações para auxiliar a defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso das "rachadinhas" da ALERJ, e ainda feito um dossiê sobre problemas judiciais que afetavam adversários eleitorais do vereador Carlos Bolsonaro no Rio de Janeiro. Na semana seguinte o próprio Carlos Bolsonaro, vulgo Carluxo, tornou-se objeto de uma nova operação de busca e apreensão da PF em endereços ligados a ele. A polícia foi inclusive à casa de praia de Jair Bolsonaro em Angra dos Reis, onde estava Carluxo, seu pai e seus dois irmãos políticos, para coletar po